Neste encontro, Viviane Mosé articula saberes acadêmicos e populares para a pensar as relações entre educação, criação e vontade, no contexto da formação humana. Ao equilibrar afeto e razão, a noção de vontade pode ser entendida como uma força que impulsiona a criatividade e a conexão entre as pessoas, seja em salas de aula ou espaços de criação. Relaciona-se, desse modo, à qualidade de presenças e encontros, à importância do corpo em experiências de ensino e aprendizado, ao interesse pelo saber, pelo criar e pela vida

Viviane Mosé é filósofa, psicanalista e poeta. Graduada em Psicologia, especialista em Elaboração e Implementação de Políticas Públicas pela UFES, mestra e doutora em Filosofia pela UFRJ. Autora de doze livros, com duas indicações ao Prêmio Jabuti: "Stela do Patrocínio" (2002) e "A Escola e os desafios contemporâneos" (2013). De 2005 a 2008 escreveu e apresentou a série Ser ou Não Ser, no Fantástico, da TV Globo e no Canal Futura, na qual trazia temas de filosofia para uma linguagem cotidiana. Durante sete anos fez comentários diários na Rádio CBN, junto com Carlos Heitor Cony e Artur Xexéu, no quadro Liberdade de Expressão e no quadro A Arte da Gestão. Foi comentarista do programa Encontro com Fátima Bernardes. Tem como principais temas a sociedade em rede e os desafios do mundo contemporâneo, especialmente aplicados à Educação e à gestão pública e privada.

Neste encontro, Leda Maria Martins compartilha a compreensão do tempo como uma espiral: algo que gira para frente e para trás, considerando passado, presente e futuro como dimensões complementares. A partir dessa perspectiva, aponta caminhos para a escuta de múltiplos saberes, como os trazidos por idosos e crianças, refletindo sobre como essa abordagem pode modificar processos criativos e experiências pedagógicas, assim como renovar poéticas e imaginários em torno da formação humana.

Leda Maria Martins é poeta, ensaísta, dramaturga e professora. Atua nas áreas de teatro, performance e estudos literários. Doutora em Letras/Literatura Comparada pela UFMG, e Mestre em Artes pela Indiana University, EUA; com pós-doutorado em Performances Studies pela New York University, Tisch School of the Arts. Foi professora da UFMG e da UFOP, além de professora visitante da UFF. Dentre seus livros, constam: "Performances do tempo espiralar, poéticas do corpo-tela" (Ed. Cobogó, 2021); "Afrografias da memória" (Ed. Perspectiva/ Mazza, 2021/1997); "A cena em sombras (Ed. Perspectiva, 2023 e 1995); "Os dias anônimos" (Ed. Sette Letras, 1999), "O Moderno Teatro de Qorpo Santo" (Ed. UFMG, 1991); "Cantigas de Amares" (edição independente, 1981). Em 2022, recebeu o Prêmio Milú Villela da Fundação Itaú Cultural, e em 2023 o Prêmio Funarte de Mestre de Artes Integradas. Leda é também Rainha de Nossa Senhora das Mercês, da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Belo Horizonte.

Neste encontro, Virginia Kastrup nos convoca a pensar o cinema como uma experiência imersiva, que mobiliza uma ativa receptividade: além de uma potência pedagógica, ele pode ativar regimes e gestos de atenção valiosos numa sociedade marcada pela aceleração cognitiva e pela hiper conexão com as tecnologias digitais. Na atualidade, a experiência compartilhada do cinema cria condições para a escuta atenta, a concentração, o cultivo do cuidado recíproco e a construção do comum, deslocando a ênfase no individualismo e nas políticas de controle da atenção.

Virgínia Kastrup é doutora em Psicologia Clínica e Professora Titular do Instituto de Psicologia da UFRJ. Suas pesquisas se articulam em torno do problema da invenção, com desdobramentos sobre a aprendizagem, a atenção, a arte, a deficiência visual e o método da cartografia. Publicou A invenção de si e do mundo (Autêntica, 2007), Políticas da cognição (Kastrup, Tedesco e Passos, Sulina, 2008) e A atenção na cognição inventiva: entre o cuidado e o controle (Kastrup e Caliman, Ed. FI, 2023), dentre diversos outros trabalhos.